Botafogo repete problemas coletivos contra o Carabobo, mas vence com 'aposta' de Paiva; leia análise
2025-05-07
HaiPress
Cuiabano foi o principal nome do Botafogo na vitória contra o Carabobo,pela Libertadores — Foto: Vitor Silva
A enorme dificuldade enfrentada pelo Botafogo para vencer a frágil equipe do Carabobo ontem,por 2 a 1,em Valência,na Venezuela,com um gol de Cuibano arrancado nos acréscimos,sintetiza bem o momento ruim vivido pelo time sob o comando de Renato Paiva. Em 12 jogos,foram cinco vitórias,dois empates e cinco derrotas. Mais do que os resultados em si,o desempenho tem motivado as fortes críticas da torcida.
Com a primeira vitória fora de casa sob o comando de Paiva,o time alvinegro chegou aos seis pontos,mas segue fora da zona de classificação para as oitavas,atrás de Estudiantes (6 pontos) e Universidad do Chile (7),que se enfrentam hoje.
— Esse escudo te dá pressão todo dia. Não tem jeito. Futebol é isso: pressão,pressão e pressão. Se você não ganhar,vão te cobrar. Não só no Brasil,mas em todo lugar. É universal. Então,tenho que me concentrar em fazer o meu trabalho. Se a pressão influenciar,não posso estar aqui. Tenho que lidar com o exterior,mas o que me preocupa é o interior: gerir meus jogadores,encontrar soluções nos momentos mais difíceis e continuar a trabalhar,que é a única coisa que posso fazer — disse o técnico português.
É verdade que Paiva tem sido prejudicado por uma série de desfalques — os titulares Alexander Barboza,Savarino e Mastriani estão lesionados — e pela má fase técnica de alguns jogadores. No entanto,também é possível afirmar que o Botafogo tem um elenco qualificado o suficiente para apresentar atuações melhores do que as que tem apresentado. E o confronto contra o Carabobo é um bom exemplo.
O Botafogo abriu o placar com Vitinho,aos 22 minutos do primeiro tempo,mas não conseguiu ter o controle da partida. Exposto,cedeu muitos contra-ataques e,embora não tenha sofrido gol em nenhum deles,correu sérios riscos até Aponte aproveitar uma sobra de escanteio para marcar aos 30 minutos da segunda etapa e empatar o placar. Retrato disso é que,mesmo com menos posse de bola (60% a 40%),os venezuelanos finalizaram 13 vezes contra 12 do alvinegro,sendo seis a sete certeiras,respectivamente.
Laterais brilham
A exposição defensiva,aliás,é uma marca no Botafogo de Paiva. Embora o time tenha sofrido apenas oito gols nas 12 partidas sob o comando do português,não foram raras as vezes em que deu boas chances aos adversários.
Além disso,com média de 1,1 gol por jogo,o alvinegro também tem tido pouco repertório tático,principalmente nos jogos fora de casa. Para piorar,ainda desperdiça as chances que cria,como as duas não aproveitadas por Rwan Cruz ainda no primeiro tempo.
Por outro lado,o fato de 35,7% dos gols do alvinegro com Paiva terem sido marcados por laterais é um triunfo do treinador,que pede maior participação ofensiva por parte deles. Ontem,foi isso que deu a vitória à equipe,com Vitinho e Cuiabano.
Agora,o Botafogo terá dois jogos no Nilton Santos para buscar a classificação para a próxima fase. Antes,no domingo,a equipe recebe o Internacional,também em casa,às 20h,pelo Brasileirão.